Uma pesquisa realizada pela TicKids revela que cada vez mais cedo,
computadores, celulares, tablets e outros aparelhos digitais fazem parte da
vida de crianças e adolescentes brasileiros. A idade do primeiro acesso à
internet no Brasil é entre 9 e 10 anos, e metade dos jovens conecta- se
diariamente. A este respeito, a pesquisadora Sonia Livingstone, diretora da
rede Eu Kids Online e professora no, Departamento de Mídia e Comunicação da
London School of Economic sand Political Science disse : “ Essas mudanças
apresentam aos pais, aos professores e às crianças o importante desafio de
adquirir, aprender a usar e definir objetivos para o uso da internet em suas
vidas diárias”. Então, as duas principais instituições responsáveis pela
formação das novas gerações - família e escola – ganham responsabilidades
imensas, mas ainda se encontram perdidas diante da inclusão e orientação
digital. “ Elas estão perplexas ante crianças e jovens cada vez mais
informados, participantes e conscientes ( mesmo que confusamente ) de seus
direitos, além de serem digitalmente competentes e de se mostrarem totalmente à
vontade diante dessas novas tecnologias” , aponta Maria Luiza Belloni, doutora
e mestra pela Universidade de Paris e pós - doutora em Comunicação Política
Sorbone. Já no ensino, fica evidente o descompasso entre o que os alunos têm
nas mãos e a capacidade da escola de usar as novas tecnologias com propósitos
pedagógicos. Segundo a professora Regina de Assis, mestre e doutora em Educação
pela Universidade de Havard e pela Universidade da Colúmbia e consultora em
mídia e educação, as escolas privadas pode até estar à frente das escolas
públicas no sentido de ensinar a manipular o computador, mas não no sentido de
utilizar os recursos digitais para criar novas propostas de ensino, como
utilizar um game para resolver uma equação de segundo grau.
Na escola, diz a pesquisadora Ellen Helsper, os piores lugares para se
aprender a mexer no computador são as salas de informática, justamente porque
configuram ambientes não familiares, estranhos, separados da vivência cotidiana
dos jovens.
Segundo Maria Paulina, para que haja sucesso se faz necessário que as
novas tecnologias sejam integradas ao currículo por meio de uma pedagogia
voltada para o aluno, tendo as motivações para a aprendizagem como centro da
atenção do professor. Dessa forma, as dificuldades do professor em apropriar
das novas tecnologias deixam de ser um problema, pois passa a atuar mais como
mediador e orientador do conteúdo obtido através dessas interfaces.